NAÇÃO E CIVILIZAÇÃO NOS TRÓPICOS: O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO E O PROJETO DE UMA HISTÓRIA NACIONAL.

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  • Título: NAÇÃO E CIVILIZAÇÃO NOS TRÓPICOS: O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO E O PROJETO DE UMA HISTÓRIA NACIONAL.
  • Autor(es): Manoel Luís Salgado Guimarães
  • Instituição: Fundação CECIERJ
  • Tipo: Educação Pública
  • Data: 31/12/2005
  • URL: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/2/1/nacao-e-civilizacao-nos-tropicos-o-instituto-historico-e-geografico-brasileiro-e-o-projeto-de-uma-historia-nacional
  • Código do Recurso: 21034
  • Descrição: O pensar a história é uma das marcas características do século XIX, ao longo do qual são formulados os parâmetros para um moderno tratamento do tema. O discurso historiográfico ganha foros de cientificidade num processo em que a "disciplina" história conquista definitivamente os espaços da universidade. Neste processo, o historiador perde o caráter de hommes de lettres e adquire o estatuto de pesquisador, de igual entre seus pares no mundo da produção científica. No palco europeu, onde desde o início do século este desenvolvimento é observável, percebe-se claramente que o pensar a história articula-se num quadro mais amplo, no qual a discussão da questão nacional ocupa uma posição de destaque. Assim, a tarefa de disciplinarização da história guarda íntimas relações com os temas que permeiam o debate em torno do nacional. Em termos exemplares, a historiografia romântica nos permitiria um campo fértil para detectar e analisar tais relações. O caso brasileiro não escapará, neste sentido, ao modelo europeu - e isto certamente trará consequências cruciais para o trabalho do historiador em nosso país -, ainda que deste lado do Atlântico outro será o espaço da produção historiográfica. Não o espaço sujeito à competição acadêmica própria das universidades europeias, mas o espaço da academia de escolhidos e eleitos a partir de relações sociais, nos moldes das academias ilustradas que conheceram seu auge na Europa nos fins do século XVII e no século XVIII. O lugar privilegiado da produção historiográfica no Brasil permanecerá até um período bastante avançado do século XIX vincado por uma profunda marca elitista, herdeira muito próxima de uma tradição iluminista. E este lugar, de onde o discursismo historiográfico é produzido, para seguirmos as colocações de Michel de Certeau, desempenhará um papel decisivo na construção de uma certa historiografia e das visões e interpretações que ela proporá na discussão da questão nacional.
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